Segundo a AFP, "Entre Julho e Setembro de 2011 venderam-se 984.016 CDs" (ver http://friendfeed.com/remixtures/5e502256/afp-vendas-de-musica-em-portugal-cairam-38-no ), o que dá 328005 CDs por mês.
Segundos os censos de 2011 (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal#cite_note-Pop-3 ), Portugal tem 10561614 habitantes, o que dá 0.03 CDs por habitante por mês, ou seja: em média, por cada três Portugueses dois deles não compra CDs, enquanto o outro compra 1 CD por ano.
Se tivermos em conta que a cópia privada de música acontece quando um cidadão faz uma cópia legal não-autorizada (excluem-se aqui, portanto, as cópias de músicas obtidas via internet), temos de assumir que se tratam de cópias que os cidadãos façam dos CDs que compram (por exemplo, "ripando" o CD para o computador ou leitor de música portátil).
Podemos também ter algumas estimativas quanto ao número de músicas que um CD tem tipicamente: não fui à procura de estudos (que de certeza os há), mas fiz um pequeno script que escolhe cegamente CDs editados em 2011 e vê quantas faixas têm, dizendo depois a média. O script está aqui ( https://github.com/marado/tracks-per-cd ), estejam à vontade para o melhorar e tirar dados mais fiáveis (eu até agradeço). O resultado do meu script é que cada CD editado em 2011 tem, em média, 10 faixas.
Assim, podemos concluir que, em média, cada Português compra 3.7 faixas por ano.
Tendo em conta o que foi dito anteriormente quanto à cópia privada, podem-me explicar porque é que a AGECOP está por aí a dizer que precisamos de nova Lei da Cópia Privada porque os Portugueses copiam em média cerca de 64 músicas por mês (em http://www.ionline.pt/outros/portugueses-copiam-64-musicas-mes )?
Mesmo que assumissemos que todos os compradores de música em CD fazem uma cópia privada dessa música, chegaríamos à conclusão que a representação da cópia privada para os dados naquele estudo é inferior a 0.5%. Qual é a validade que se pode dar a este estudo, no âmbito da discussão da Lei da Cópia Privada?